Praticante do esporte há 26 anos, Grilo teve uma boa carreira em seu estado de origem e conquistou o título estadual em todas as categorias, além de bons resultados em Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro.
Já trabalhou consertando pranchas para ajudar a bancar as despesas de viagens e campeonatos.
Grilo chegou a ser patrocinado pela Billabong e sempre procurou estudar a técnica do surf através dos movimentos e manobras.
No início dos anos 90, o paranaense fundou a Cruel Maniac e trabalhou durante 15 anos promovendo eventos de surf e skate, bem como festivais de bandas independentes.
Em 2000, foi morar com a esposa Michelle e os filhos Yago e Ysa em Florianópolis (SC). Trabalhou em uma lanchonete de produtos naturais na praia Mole, no Centro de Treinamento Aragua, e iniciou o trabalho de treinamento coordenando o Surf Treino Aragua Mormaii.
Leandro Grilo durante session em secret catarinense. Foto: Hugo Valente.Prestes a retornar ao Brasil depois da temporada havaiana, onde acompanhava o filho Yago Dora e o atleta Lucas Silveira, Grilo bateu um papo com Bruno Lemos e produziu também um vídeo sobre a sua carreira.
De onde tira as técnicas e informações que passa para os atletas?
Na época em que fui competidor, sempre procurei estudar os movimentos do surf, o detalhe da técnica dos movimentos. Acho que o amor pelo esporte fez eu me interessar por todos os detalhes. Também estudo em filmes em fotos de revistas.
Como foi o seu trabalho no Hawaii?
Acompanhei Lucas Silveira e meu filho Yago Dora. Durante nosso trabalho aqui no Hawaii, alguns atletas participaram de nossos treinos, como Ricardo dos Santos, Pedro Husadel, Sebastian Ribeiro, Caio Vaz, entre outros. O trabalho é um acompanhamento diário, desde tirar da cama, orientar sobre a alimentação, equipamento a ser utilizado, filmagens, vídeo análise, exercicios fisicos, Yoga, estudo de movimentos nos filmes de surf.
Viu várias pessoas fazendo esse tipo de trabalho aqui também?
Sim, vários atletas acompanhados, sempre com alguém filmando, fotografando e orientando. Na temporada passada, vi vários treinos de garotas e este ano pude perceber um nível muito alto
que estas atletas estão. É impresionante a qualidade do surf dessas garotas.
E no Brasil, você faz um treinamento diferente do que faz nas viagens?
Um pouco diferente. Nas viagens, o treino é intensivo pelo fato de estarmos convivendo o dia todo junto com os atletas. No Brasil, é escolher o pico do treino, filmar, realizar a vídeo análise e acompanhar o atleta em tudo que envolve sua evolução - equipamento, atividades fisicas, calendário de competições e viagens, etc.
Além de treinador, o que costuma fazer?
Atualmente estou me dedicando exclusivamente à carreira de treinador de surf.
Na sua opinião, quais os atletas mais treinados hoje em dia e por que?
Primeiro Kelly, pelo seu histórico de sempre ter sido um atleta. Hoje, com seu conhecimento e técnica, ainda pode superar atletas de altíssimo nivel da nova geração. Vejo também o Mick Fanning como um atleta bem treinado. No Brasil, o Adriano de Souza, Miguel Pupo e os atletas da AprimoreSurf que estão comprometidos com sua evolução. É aquela história: para estar bem preparado e realmente treinado, tem que abrir mão de algumas tentações da vida de um atleta bem sucedido, como noitadas, bebidas, etc. Existem atletas com um excelente nível que apenas pegam onda e abrem mão de um treinamento específico. Podem se dar bem durante um tempo, mas não conseguem ter regularidade e se manter no topo por um periodo mais longo.
Deixe um recado para os que querem estar bem preparados para o surf.
Acho que se escolher ser um atleta e viver bem do surf, tem que se dedicar a isso com muito treino, concentração e dedicação. É possivel se tornar um grande surfista pegando ondas de qualidade viajando pelo mundo, mas, para disputar os titulos, é necessário muito treinamento e preparação.
Leandro (à dir.) e o filho Yago Dora no Hawaii. Foto: Arquivo pessoal Grilo.Por Bruno Lemos em 06/02/11, no Waves.
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